A palavra Gèlèdé designa ao mesmo tempo um orixá, uma corporação de seres espirituais, o conjunto dos ancestrais femininos da humanidade, o culto a estes ancestrais e sua instituição, Egbé Gèlèdé.
Todos os ancestrais femininos, as Ìyagbà ou Ìyámi, têm sua instituição em sociedades como Egbé Eleye, Egbé Ògbóni e Egbé Gèlèdé, consideradas secretas pelo fato de os seus conhecimentos serem transmitidos apenas a iniciados. A Sociedade Geledé, integrada por homens e mulheres, cultua as Ìyagbà, também chamadas Iyami, que simbolizam aspectos coletivos do poder ancestral feminino. Tem por finalidade propiciar a expressão de poderes místicos femininos, favorecer a fertilidade e a fecundidade, reiterar normas sociais de conduta e atrair o axé. É dirigida pelas erelú, mulheres detentoras dos segredos e poderes de Iyami, cuja boa vontade deve ser cultivada por ser essencial à continuidade da vida e da sociedade.
O Culto a Geledé é encontrado principalmente entre os iorubás do ocidente, incluindo os de Ketu, Ohori, Anago, Ifoniyin, Awori, Egbado, Ibarapa, povos do estado de Ogun, na Nigéria, e os Sabe, da República do Benin. Varia muito em resultado de fatores históricos e de padrões de culto herdados e adquiridos nas diversas linhagens. Em cada cidade é associado a uma divindade da terra ou da água.